07 janeiro, 2011

"Eu vou com ele!..."

Hoje dei por mim a fritar com uma coisa tão terrena como a dor. Não a dor física de uma (possível) queda, mas sim a dor que se sente quando se perde alguém para sempre... Esta dor tem altos e baixos. É cíclica. Começa por ser extremamente intensa, depois menos e menos até que, por momentos (mesmo que breves) esquecemo-nos dela e, sem aviso prévio, voltamos à intensidade inicial, coisa que nos desgasta imenso. Este círculo de dor tem uma consequência que me deixa incomodado: passa uma ideia de pouca emoção, ou até, intriguismo, das pessoas que por ele passam.

Um bom exemplo disto são os funerais, principalmente os das aldeias e pequenos lugares. As pessoas são capazes de passar horas (se não dias!) numa, muitas vezes, alegre cavaqueira sobre o problema no joelho da dona Clementina, quando deveriam, supostamente, estar a bajular o morto e, assim que as cordas que o baixam 7 palmos de terra e são retiradas do caixão, dão meia volta à sua parada individual e abrem caminho, rumo à sua vidinha e preocupações banais.
Não estou a dizer que passem mais horas ou dias lá com o falecido, mas um mínimo de consideração pelas pessoas já que a tiveram, antes de ter sido enterrado é sempre agradável. 

Sou (de longe!) a pessoa mais emotiva (e até mesmo, afectuosa) deste mundo. Mas quando estou a sentir determinada emoção (exteriorizando-a ou não) eu mantenho-me coerente nas minhas atitudes. Penso que é por isso que quem não age desta forma me faz confusão. Tudo bem que há diferentes formas de agir. Mas não são formas "bonitas", aquelas que dão de quem as tem, uma imagem pejorativa.



Penso que é mais ou menos isto que eu queria partilhar convosco.

A penny for you thoughts?


Hugz & Kisses

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